sábado, outubro 13, 2007

Córrego do Mato ameaçado!

Córrego do Mato: a meio caminho de lugar nenhum

A revitalização da Avenida Nove de Julho causa preocupação em seus primeiros movimentos. Na altura do Beco Fino, o córrego foi entubado e concretado. Embora a ponte seja necessária, revela soluções de uma engenharia míope, desconectada das questões ambientais globais.

A Córrego do Mato era apenas a avenida que ligava "nada a lugar nenhum" nos anos setenta. O asfalto invadiu a várzea, manobra impeditiva nos dias de hoje. O código florestal define estas áreas como "de proteção permanente", um estorvo para as prefeituras e empreiteiras.

Quando transformou-se na Nove de Julho, menina dos olhos da cidade, o córrego continuou sua humilde trajetória, do nada para lugar nenhum... Surge de um cano, perto da Vigorelli, deságua tristemente no poluído Jundiaí.

A cidade tem nome de rio e mantém distância profilática de seus cursos d'água. O Jundiaí, com suas margens concretadas há anos, é o grande exemplo disso. Com o Jundiaizinho não é diferente: depois de incensado no Parque da Cidade, vira um canal triste e esquecido. Em seu trecho final, próximo da UNIP, os resquícios de mata-ciliar deram lugar a concreto e asfalto.

Agora, a propaganda oficial anuncia obras de "saneamento". Financiadas pelo PAC, sob pretexto de atender demandas da população, preparam terreno para empreendimentos imobiliários.

A obra na avenida "cartão postal" poderia mesmo ser emblemática, um legado do governo municipal. Mas para isso precisaria quebrar o paradigma da "canalização". Revitalização sim, mas sem entubar o córrego, sem destruir suas margens.

Pessoas de setenta anos, a geração do prefeito, conheceram um rio Jundiaí preservado, onde era possível nadar e "tirar lambari com a peneira". Minha geração viu um rio poluído pelos esgotos, efluentes da Duratex e de outras empresas. Depois, o emparedamento.

Agora querem entubar o córrego do Mato. Para muitos de nossos jovens e crianças, que nem sabem o nome dele, é a única referência de rio urbano.

E não está doente: as garças freqüentam suas águas atrás dos peixinhos, as pedras formam recantos para a pequena fauna local. Em alguns trechos, como nas proximidades do Wiener, a mata mantém intercâmbio com o riacho. De vez em quando se vê um gambá ou um ouriço.

Em tempos de Aquecimento Global, não faz sentido destruir o córrego para privilegiar o trânsito. A avenida pode ser revitalizada sim, embora o município tenha outras prioridades, mas com Engenharia Sustentável, sem dano ao córrego. Até mesmo a troca da tubulação de esgoto pela DAE, uma operação delicada, precisa ser reavaliada. Frente ao desafio de preservar o ambiente, não podemos ter preguiça de pensar, de projetar com criatividade.

Em Santana de Parnaíba, muito próximo de nós, há um bom exemplo dessa Nova Engenharia. Um condomínio, com o sugestivo nome de Gênesis, foi implantado numa imensa área verde. Ao final das obras, a mata-nativa dobrou de tamanho. Num local onde era preciso abrir uma estrada optou-se por uma alça elevada, acima das copas das árvores, para não cortar nenhuma delas.

Os Parques Lineares da cidade de São Paulo são outro bom exemplo. Com a recuperação de córregos e nascentes, serão interligados por corredores verdes, permitindo a circulação da fauna e das sementes. O rio passa a ser o ponto de partida do planejamento urbano e referencia para a comunidade. Na maior e mais complexa cidade da América Latina, até mesmo córregos canalizados ou tamponados voltarão às condições originais.

O córrego do Mato precisa ser conservado, como marco de uma geração que disse não ao concreto e sim à vida. O município "verde", precisa incentivar o transporte coletivo, o uso da bicicleta, educar o motorista, restringir o uso do automóvel. Horários de pico, poucos, não justificam a canalização. A melhor utilização das vias próximas e construção de pontes, pode minimizar os mínimos congestionamentos. A faixa adicional parece ser viável em alguns trechos, onde as calçadas são mais amplas, onde há terrenos vagos. É possível buscar, literalmente, um outro caminho. Pode nascer ali nosso primeiro Parque Linear.

As novas e futuras gerações têm o direito de conviver com um riachinho cortando a cidade. É preciso coragem para lançar mão dessa Nova Engenharia em todos os outros córregos e trechos do rio Jundiaí que pretendem entubar.

O Japi deve deixar de ser lastro da cidade, nessa política do "tudo pode, desde que não se mexa na Serra".

Pensar a reforma da Nove de Julho a partir da preservação e revitalização do córrego do Mato, não é voltar ao passado. É antes uma nova postura, diante dos desafios de um novo tempo.

Sem ela, nós, cidadãos do "município verde", estaremos como a velha Córrego do Mato: a meio caminho de lugar nenhum!

Paulo R. F. Dutra
Coordenador do Fórum Permanente Caxambu, é Comunicador Social e Ambientalista

terça-feira, outubro 02, 2007

Primavera dos Museus

Mesa-redonda: debate sobre Aquecimento Global no Museu da Energia de Jundiaí
Primavera dos Museus

Museus de todas as regiões do país garantiram participação na 1ª Primavera dos Museus. A programação contou com 874 eventos, que aconteceram nos dias 22 e 23 de setembro em 305 instituições museológicas. Organizada pelo Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan), a primeira edição da Primavera dos Museus sintonizou os museus com o meio ambiente, ao desenvolver uma agenda de atividades integrada sobre tema atual, de relevância mundial, como o aquecimento global.
O Museu da Energia de Jundiaí, em parceria com o Fórum Permanente Caxambu e ETE Vasco Venchiarutti, promoveu as seguintes atividades: Mesa redonda sobre aquecimento global com diversos profissionais de várias instituições; Ecofashion – Desfile com roupas produzidas com materiais alternativos e recicláveis; Oficina de Biodiesel; Apresentação do filme “Mudanças Climáticas”; Exposição de experimentos sobre energia e exposição de fotos sócio-ambientais. Aproximadamente 100 pessoas prestigiaram o evento.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Mês das Crianças

No Dia da Criança, comemore com a Natureza!

Aproveite o mês das Crianças e comemore de uma forma diferente, unindo alegria e carinho com o meio-ambiente.

Ofereça uma atividade especial, onde as crianças encontram diversão e educação-ambiental na mesma brincadeira.

Reúna a garotada para ouvir os contadores de histórias, participar de oficinas de reciclagem, compostagem, horta-orgânica, brincar com a pintura e máscaras dos bichinhos da mata-atlântica e plantar árvores para combater o aquecimento global.


Informações:

forumcaxambu@gmail.com
11 71051713 com Paulo