sexta-feira, novembro 30, 2007

II Encontro dos Povos do Japi


Fórum Caxambu realiza II Encontro dos Povos do Japi

O II Encontro dos Povos do Japi é um ciclo de conversas e debates que o Fórum Permanente Caxambu realiza próximo da data de 10 de Dezembro, que é o Dia Internacional da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Este ano a programação começa em 6/12 e prolonga-se até 16/12. Será lançada no dia 3/12, 20h00, durante evento no SENAC Jundiaí. Todas as atividades do II EPJ são gratuitas e abertas à comunidade, inclusive o lançamento do programa.

II Encontro dos Povos do Japi
06 a 16 de Dezembro de 2007
Semana Internacional dos Direitos Humanos
10 de Dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos


Os "Povos do Japi" são as comunidades que habitam a região das Áreas de Proteção Ambiental – APA - constituídas no entorno da Serra do Japi, ou seja, os municípios de Jundiaí, Cabreúva e Cajamar.

São comunidades rurais e urbanas que convivem direta ou indiretamente com uma das maiores reservas de Mata Atlântica do interior de São Paulo, considerada Reserva de Biosfera da Humanidade pela UNESCO.

Estes grupos vivem os desafios diários da sustentabilidade: o agricultor familiar que planta a uva na microbacia do Jundiaí-Mirim; o executivo das grandes empresas do setor industrial; o aluno das diversas instituições de ensino superior; as populações em situação de risco. Todos, sem exceção, dependem de um delicado equilíbrio entre a ação humana e o meio ambiente.

Mas, para preservar, é preciso conhecer o bioma onde estamos inseridos e, fundamentalmente, os povos que aí habitam.


Primeira Edição

A primeira edição do evento, realizada de 01 a 10/12/2006, reuniu centenas de participantes, em diferentes atividades, concentradas no município de Jundiaí, mas também em Cabreúva, Cajamar e Salto. O evento foi organizado pelo Fórum Permanente Caxambu, grupo ambientalista de Jundiaí e contou com o apoio de instituições locais e empresas privadas. Os encontros aconteceram na Câmara Municipal de Jundiaí, Cúria Diocesana, SENAC, Natura Cosméticos (Cajamar), Complexo Cultural Argos, Fazenda Japiapé, Centro de Lazer São José (Salto), Livraria Nobel e Comunidade Maria de Nazaré (Cabreúva).


II Encontro

Esta segunda edição será realizada mais uma vez na semana dos Direitos Humanos, de 06 a 16 de dezembro de 2007, com atividades diversas, como oficinas, reuniões e debates, em escolas, centros comunitários e espaços públicos de Jundiaí e cidades da APA.

Estes encontros tem como objetivo apresentar para a comunidade experiências positivas em preservação e sustentabilidade e prestar apoio técnico a produtores rurais, profissionais, empreendedores e empresários. A cada dia, empresas, especialistas, acadêmicos, ambientalistas, instituições públicas e ONGs convidadas se revezarão nos debates.


Programação

Eventos já confirmados:

06/12 - 9h00 - Encontro da Rede de Agroecologia no Sítio Japiapé - Bairro Ponunduva - APA Cajamar.

8 e 9/12 - Florada, no Jd. Tarumã.

9/12 - Falando do Caxambu - Diálogo com Prof. Júlio César Lazaro da Silva, mestre em Geografia/Unesp.
10/12 - 9h00 - Conferência Nacional de Biodiversidade, Água e Direitos Humanos e Premiação dos Parceiros da Paz e da Sustentabilidade - Assembléia Legislativa de São Paulo - Auditório Franco Montoro.

11/12 - 14h00 - "Biosfera em Perigo", com Lar Anália Franco.

12/12 - 8h00 - Encontro com os Jovens do Centro Comunitário S. Francisco de Assis - Jd. Novo Horizonte.

14/12 - Encontro com Crianças e Jovens da Casa de Nazaré

15/12 - Coletivo Jovem na APA Cabreúva

16/12 - Espaço do Samba Paulista Vivo - Pirapora do Bom Jesus


Organização

A realização do evento é uma iniciativa do Fórum Permanente Caxambu, grupo sócio ambiental e de apoio ao desenvolvimento rural solidário, fundado em 2002 no município de Jundiaí, que atua em defesa dos mananciais. O II EPJ conta com o apoio do Instituto para Defesa da Vida, Movimento Grito das Águas e Rede de Agroecologia Mantiqueira Mogiana.

email forumcaxambu@gmail.com
11 71051713

sexta-feira, novembro 02, 2007




Sobre o Japi-Guaçu, Córrego do Mato e outros recursos hídricos ameaçados pelas obras da Prefeitura


Nos últimos 40 anos, enquanto o sr. José Moreira da Silva esperava uma solução para o córrego Japi-Guaçu, o mundo mudou radicalmente.

Sobretudo em termos ambientais, mudou para pior.

O clima em todo o planeta está se alterando em função da poluição atmosférica e da destruição da cobertura vegetal. A água é escassa e está contaminada.

O sr. José mora na Vila Maringá, em Jundiaí, e o Japi-Guaçu corre próximo de sua residência. Bem, se neste período o poder público não resolveu o problema do sr. José, não é possível aceitar que agora, tanto tempo depois, a solução seja a mesma aplicável nos anos sessenta.

Tamponar ou canalizar um rio ou córrego é obra de engenharia desatualizada, preguiçosa, pouco criativa, predatória, anti-ecológica e pró-aquecimento global.

O sr. José e todos os moradores da Vl. Maringá tem o direito de se manifestar. E precisam fazer isso sempre, a todo momento. Nós precisamos. Para mostrar ao poder público que quem manda no bairro, na cidade, no país, no planeta, é o cidadão.

Nesse sentido, a Profa. Dra. Laura Bueno, outra moradora de Jundiaí, também tem todo direito de ser contra a obra no Japi-Guaçu, no Córrego do Mato e outros recursos hídricos ameaçados pelas obras míopes da Prefeitura Municipal.

Devemos aceitar o tamponamento do córrego (ou canalização) em troca de uma pracinha, um parquinho ou uma quadra esportiva que logo após será abandonada pelo próprio poder público, como acontece na maior parte destes equipamentos coletivos?

Como, se podemos ter a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e jardim, a quadra, o playground e ainda manter o rio vivo, em seu estado natural?

Isso se chama Parque Linear, é Tecnologia Social, disponível e implantada com sucesso em centros urbanos importantes, como São Paulo, Curitiba, São Carlos e outros, mundo afora.

A cidade de São Paulo está vencendo o desafio de recuperar córregos e nascentes, sanear cursos hídricos, devolver o verde e promover a convivência dos cidadãos com a natureza, exatamente como o Sr. José podia fazer há 40 anos, em sua juventude e mais ainda em sua infância.

Eu assinei uma representação ao Ministério Público, junto com Laura Bueno e outros cidadãos, entendendo que a Prefeitura e os órgãos responsáveis pelos projetos, precisam rever o conceito da obra e, principalmente, aprender a ouvir a comunidade e criar condições para que isso ocorra.

Precisamos tirar as cobras e lagartos do quintal da dona Maria Odete, outra moradora da Maringá, mas precisamos, igualmente, preservar o córrego Japi-Guaçu ou o que resta dele, do Córrego do Mato e dos demais.

É um desafio e tanto. Mas não é por isso que vamos optar pelo caminho mais fácil, que é esconder o problema com concreto e asfalto e deixar a "bomba" para as gerações futuras.

A dona. Maria Odete e o sr. José moram nas várzeas, nas áreas de proteção do Japi-Guaçu. A vila Maringá está em Zona de Conservação, delimitada pelo próprio córrego. Todos nós, cidadãos de Jundiaí, estamos numa Área de Proteção Ambiental, uma APA. Todos nós, nos limites da Mata Atlântica, ainda que quase não se perceba.

O Meio Ambiente é bem comum e nesse sentido, o Japi-Guaçu é de todos nós e não apenas dos moradores mais próximos. Nossa responsabilidade então é priorizar o diálogo, não decepcionar o sr. José, mas salvar o rio e o planeta, pedacinho por pedacinho, começando ali, no quintal de casa.