sexta-feira, novembro 02, 2007




Sobre o Japi-Guaçu, Córrego do Mato e outros recursos hídricos ameaçados pelas obras da Prefeitura


Nos últimos 40 anos, enquanto o sr. José Moreira da Silva esperava uma solução para o córrego Japi-Guaçu, o mundo mudou radicalmente.

Sobretudo em termos ambientais, mudou para pior.

O clima em todo o planeta está se alterando em função da poluição atmosférica e da destruição da cobertura vegetal. A água é escassa e está contaminada.

O sr. José mora na Vila Maringá, em Jundiaí, e o Japi-Guaçu corre próximo de sua residência. Bem, se neste período o poder público não resolveu o problema do sr. José, não é possível aceitar que agora, tanto tempo depois, a solução seja a mesma aplicável nos anos sessenta.

Tamponar ou canalizar um rio ou córrego é obra de engenharia desatualizada, preguiçosa, pouco criativa, predatória, anti-ecológica e pró-aquecimento global.

O sr. José e todos os moradores da Vl. Maringá tem o direito de se manifestar. E precisam fazer isso sempre, a todo momento. Nós precisamos. Para mostrar ao poder público que quem manda no bairro, na cidade, no país, no planeta, é o cidadão.

Nesse sentido, a Profa. Dra. Laura Bueno, outra moradora de Jundiaí, também tem todo direito de ser contra a obra no Japi-Guaçu, no Córrego do Mato e outros recursos hídricos ameaçados pelas obras míopes da Prefeitura Municipal.

Devemos aceitar o tamponamento do córrego (ou canalização) em troca de uma pracinha, um parquinho ou uma quadra esportiva que logo após será abandonada pelo próprio poder público, como acontece na maior parte destes equipamentos coletivos?

Como, se podemos ter a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e jardim, a quadra, o playground e ainda manter o rio vivo, em seu estado natural?

Isso se chama Parque Linear, é Tecnologia Social, disponível e implantada com sucesso em centros urbanos importantes, como São Paulo, Curitiba, São Carlos e outros, mundo afora.

A cidade de São Paulo está vencendo o desafio de recuperar córregos e nascentes, sanear cursos hídricos, devolver o verde e promover a convivência dos cidadãos com a natureza, exatamente como o Sr. José podia fazer há 40 anos, em sua juventude e mais ainda em sua infância.

Eu assinei uma representação ao Ministério Público, junto com Laura Bueno e outros cidadãos, entendendo que a Prefeitura e os órgãos responsáveis pelos projetos, precisam rever o conceito da obra e, principalmente, aprender a ouvir a comunidade e criar condições para que isso ocorra.

Precisamos tirar as cobras e lagartos do quintal da dona Maria Odete, outra moradora da Maringá, mas precisamos, igualmente, preservar o córrego Japi-Guaçu ou o que resta dele, do Córrego do Mato e dos demais.

É um desafio e tanto. Mas não é por isso que vamos optar pelo caminho mais fácil, que é esconder o problema com concreto e asfalto e deixar a "bomba" para as gerações futuras.

A dona. Maria Odete e o sr. José moram nas várzeas, nas áreas de proteção do Japi-Guaçu. A vila Maringá está em Zona de Conservação, delimitada pelo próprio córrego. Todos nós, cidadãos de Jundiaí, estamos numa Área de Proteção Ambiental, uma APA. Todos nós, nos limites da Mata Atlântica, ainda que quase não se perceba.

O Meio Ambiente é bem comum e nesse sentido, o Japi-Guaçu é de todos nós e não apenas dos moradores mais próximos. Nossa responsabilidade então é priorizar o diálogo, não decepcionar o sr. José, mas salvar o rio e o planeta, pedacinho por pedacinho, começando ali, no quintal de casa.

Um comentário:

Anônimo disse...

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